Furos acontecem com muita facilidade mas são igualmente fáceis de consertar. Embora o vídeo acima mostra os passos mais básicos, aqui nós vamos nos aprofundar nos passos para que você se sinta verdadeiramente confortável com todo este processo. Vamos dar o pontapé inicial com Madeline Gulley, mecânica de bike e supervisora do Curso Village Service—nossa oficina interna de bike aqui na sede da Specialized—, que dará dicas e truques sobre a parte mecânica para iniciantes. Madeline conserta bikes desde criança, e se tem uma coisa que ela quer que todos saibam, é a seguinte: Qualquer um consegue. Fale conosco, Madeline:

Antes de começarmos, se encontrar um termo desconhecido, colocamos uma lista curta de definições no final do artigo para seu esclarecimento. Também é recomendável treinar isso em casa antes de sair para as estradas ou trilhas. Também não tenha pressa, porque a única coisa pior que um pneu furado são dois pneus furados. Pronto? Vamos consertar esse furo!

Hmm, é o pneu traseiro que furou? Parece mais complicado tirar a roda, mas não esquente a cabeça. Para iniciantes, Madeline sugere que você vire a bike de cabeça para baixo, apoiando-a sobre o guidão e o selim. “É o jeito mais fácil de deixar a bike estável”, ela diz. “E não estamos muito preocupados com uma aparência de profissionalismo aqui—o mais importante é consertar um furo com facilidade”. Antes de virar a bike, mude a marcha para a menor catraca possível (tamanho físico) no cassete, para deixar a corrente frouxa. Com a bike virada, fique atrás da roda traseira e olha o suporte do desviador—onde a corrente passa por duas roldanas pequenas. Está vendo? Agora, puxe o suporte em sua direção, e, com a outra mão, puxe a roda para cima e para fora. Moleza.

DICA PROFISSIONAL: Você vai se sujar. Isso é bom. É um sinal que você é dura na queda.

Uma corrente bem lubrificada é uma corrente alegre. Por que você precisa de uma corrente alegre? Por que uma corrente com a manutenção correta dura mais, deixa a troca de marchas mais fácil, e evita ferrugem e fadiga. O primeiro sinal de nem tudo está certo é quase sempre alguma forma de barulho vindo da corrente. Tá rangendo feito louco? A corrente parece estar “mastigando” quando pedala? Provavelmente está seca ou coberta com sujeira—seja o que for, aquela corrente está triste. É hora de lhe devolver a alegria.

Como Madeline diz, também não é uma questão de só afogá-la com óleo de corrente de vez em quando. Já que está criando um hábito, lembre-se de limpar bem a corrente: Antes de lubrificá-la—para eliminar a sujeira e porcaria acumuladas—e depois de lubrificá-la—para remover qualquer óleo em excesso. Madeline recomenda que adquira o hábito de lubrificar a corrente regularmente, não apenas quando toda aquela lama esteja chamando sua atenção. Pense sobre as condições em que pedala. Se você pedala na chuva, ou em lugares com muito pó, lubrifique a corrente depois, e sua corrente vai lhe adorar! Aqui vai um manual rápido de quando e como você deve fazer isso.

1. Use um pano e passe a corrente por ele pra trás para limpar qualquer sujeira acumulada. Com a mão, pedale a bicicleta para trás, segurando a corrente com o pano.

2. Aplique o óleo lubrificante—tente colocar uma gota por elo enquanto pedala a corrente para trás.

3. Mude as marchas para passar a corrente pra cima e pra baixo no cassete traseiro. Terá que erguer a parte traseira da bicicleta no ar para fazer isso. Ajuda ter um suporte de bike, mas se não tiver, enfie a parte de frente do selim por cima de uma grade, peça um amigo para ajudar, ou simplesmente mude a marcha, erga a bike, e use a mão para pedalar para frente. Enxágue e repita.

4. Segure a corrente com um pano limpo e pedale a corrente para trás de novo, removendo o excesso de óleo lubrificante. Agora, deixe descansar por um pouco—deixe o óleo realmente penetrar.

5. Algumas pessoas deixam de um dia para o outro antes de um pedal longo, enquanto outros deixam por apenas meia hora, mais ou menos. Agora limpe a corrente de novo, passando-a por um pano. É realmente possível colocar óleo demais. Isso faz acumular sujeira, portanto, limpar o excesso minimizará isso.

DICA PROFISSIONAL: Use óleo da melhor qualidade. Que óleo lubrificante devemos usar? Bom, esse assunto é controverso, mas, na verdade, é uma escolha bem pessoal. “É como escolher as meias para alguém”, diz Madeline. Para as Novatas, vamos deixar isso o mais simples possível. Escolha o óleo certo para as condições, e certifique-se de que é um óleo feito especificamente para bicicletas. Madeline novamente sugere procurar a bicicletaria de sua cidade para descobrir o óleo certo.

Um segundo hábito que você deve adquirir é checar a pressão do pneu antes de cada pedal. E não pense que simplesmente pressional com as costas da mão é suficiente, como avisa Madeline:

“Se o pneu já estiver “esponjoso”, você provavelmente já esperou demais. Ter uma bomba com medidor é algo que, na minha opinião, todos devem ter em casa”.

Se sair de casa com a pressão do pneu baixo demais, é muito fácil furar o pneu ao passar por cima de um buraco ou obstáculo.

Pressão demais? Isso pode tornar seus pedais cheios de solavancos e desconfortáveis. Madeline recomenda que verifique a pressão recomendada—indicada como PSI na lateral do pneu—e coloque um pouco menos. Qual o seu peso? Se você não pesa muito, pode colocar menos pressão. Já os gordinhos, uhm, terão que colocar um pouco mais.

Quando se trata de mountain bikes, às vezes é bom ajustar a pressão dos pneus com base nas condições que enfrentará. Se a trilha for seca e em condições perfeitas, vá com a máxima pressão recomendada. Se estiver molhada ou enlameada, deixe a pressão um pouco mais baixa para aumentar o contato do pneu com o chão, aumentando o controle.

Mais algum conselho de Madeline? Conheça sua bike. “Saber como sua bike sente quando tudo está funcionando perfeitamente é importante para saber quando nem tudo está funcionando da forma correta”, ela diz. E sem querer repetitivo—visite sempre a bicicletaria da cidade.

ARAME: Parte do pneu—a borda que acompanha o lado interior do pneu que se encaixa no aro.

FREIOS: Seus freios serão freios de aro ou freios a disco. Freios de aro pressionam uma pastilha de freio ao aro da roda, ao passo que os freios a disco pressionam a pastilha a um roto afixado ao centro de sua roda.

CASSETE: O conjunto de catracas na roda traseira. Ao mudar de marcha, a corrente sobe ou desce o cassete.

DESVIADOR: O mecanismo que muda as marchas numa bicicleta. Há um desviador dianteiro que muda do anel grande ao anel pequeno na frente da transmissão, e há um desviador traseiro que muda as marchas para cima ou para baixo no cassete.

BLOCAGEM RÁPIDA: A alavanca de blocagem rápida permite que tire a roda da bike quando consertando um furo. O garfo ou quadro tem gancheiras onde a roda se encaixa. Ao pressionar a alavanca para a posição fechada manterá a roda presa ao quadro ou garfo.

EIXO PASSANTE: Um eixo-passante passa pelo quadro das pernas do garfo, que são fechadas (sem gancheiras). E ao passo que alguns eixos passantes têm uma alavanca em uma ponta para lhe ajudar a desparafusá-las, outros precisam de uma chave Allen—um outro motivo excelente para sempre carregar uma multi-ferramenta. Veja com a bicicletaria de sua cidade quais ferramentas irá precisar.

VÁLVULA: Dispositivo encontrado em câmaras, uma válvula é por onde se coloca o ar. Há dois tipos—Schrader e Presta. Uma válvula Schrader é idêntica às válvulas encontradas em pneus de carros. Uma válvula Presta normalmente é encontrada em câmaras de alta pressão, e possui uma pequena tampa de metal na ponta que tem que ser desrosqueada antes de colocar o ar. Uma maneira fácil de lembrar desta diferença? “Pressione” a válvula Presta para soltar o ar.